segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Espaço



Recanto meu
Meu canto...
Não se pode levar

Prato de nós
E o pranto...
Quem vai nos alimentar?

Ah falta!
Falta casa na coisa da falta
Flauta doce não sabe cantar

Eu choro
Quando já não se pode chorar.

Me canso
Caso pra não demorar.

Me morro
de tanto me lamentar.

Lillian Naves

Devir pedra????




 
Pedra não fala.
Por que pedra não fala?
Tudo fala o todo tempo!
A pedra mantém-se calada.
Inerte.

Mas não resiste a um chute!
Chute-a e ela poderá ir looooonge....

O que eu diria se fosse pedra chutada?
!@#$%¨&*() ...
(com certeza algumas censuras)

Afinal, há um devir pedra?
Qual é este devir pedra?
Se ela falasse para ensinar...

Se falasse pra ensinar,
Teria que ter o devir pedra.
Oras!
Não seria uma PEDRA!!!

...
...
...

Mas é um caso a se pensar
isso de ser pedra...
ou melhor dizendo,
repensar em que fazer
se for chutada.

Seguir exemplo de pedra?
Talvez...

Lillian Naves

De máquina à humanos

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como canto,
Desencanto a alienação
Da vida sórdida e sombria
De fria velocidade.

Com encanto,
Reativo o humano
Perdendo o parafuso
Dos corpos de máquina.

Em recanto
Comemoro o doce sol da manhã
Que brilha em olhos despidos
Dos ternos de lata.

Descem prantos
De emoção calorosa
Em movimentos quebrantes de regras
Buscando ativamente fazer esperança.

Nascem humanos
Como flores que brotam
Do meio de ferrugens e vermes
Anunciando Vida Nova.


Lillian Naves