sexta-feira, 6 de julho de 2012

Morte arrancada




ARRANCADA

Algo me evapora dos poros
Que não se faz salgado
Não se faz refresco.

Algo me arde as vísceras
Que não é viscoso
Que não é remédio

Um emplasto de hipocrisia
Se faz banquete mórbito...
As flores são murchas
Redesenhadas pelas teias.

As teias...
sou mosquito a ser devorado
sou aranha a compartilhar de comida perdida
sou cadáver indignado

Não sei qual a solução
Para esta lambança do corpo,
Não sei qual prato é comestível,
Nem sei qual a fome do meu estomago

Meu coração tem fome
É invadido de medo.
Reentra, adentro, no interior
No intimo, no privado

E arranca!
Arranca a sede,
Arranca viceras que soam
Corpo que evapora

Que faço de mim?
Arranco!
Arranco insistentemente
todo mal que cerca 
o "novo hospital geral!"